Principais tendências para 2019
Mario Pires de Almeida Filho, da GDN Tecnologia
É sempre bom aproveitar o início de ano para avaliarmos os movimentos e as tendências do mercado de TIC – Tecnologia da informação e comunicação.
Analisando os atuais eventos, bem como revendo as principais entidades de consultoria e publicações, podemos apontar alguns movimentos bastante interessantes. A maioria deles se trata da consolidação de tecnologias já existentes, como blockchain e virtualização de infraestrutura de redes em data centers e WANs. Mas também ganham destaque tecnologias ainda consideradas emergentes, incluindo IBNS – Intent-Based Networks, digital twins e predictive twins (evolução das ferramentas de simulação), edge computing e quantum computing.
Coisas de data center
As empresas continuam no processo de entendimento de como se beneficiar das ofertas de nuvem. Apesar de parecer que não há nada de novo neste tema, a busca do equilíbrio entre aplicações on premisses nos data centers e a utilização massiva de nuvem está gerando uma revisão nessa distribuição.
Podemos ver o movimento de retorno de aplicações em nuvem para ambientes próprios. Essa tendência é chamada de cloud repatriation, onde muitas aplicações permanecem e se consolidam on premisses e outras tendem a voltar da nuvem para o ambiente próprio. A oferta da AWS de seus On-Premisses Services sinalizam este movimento. A nuvem tende a se consolidar como um recurso de transbordo.
Por outro lado, a plena maturação e consolidação de SDN, combinados com a evolução de ferramentas de automação, IA – inteligência artificial e machine learning, analíticos e simuladores, tendem a tornar mais confortável e intuitivo o gerenciamento dos recursos computacionais e de rede, que continuam o seu incremento em complexidade e tornam essas tecnologias cada vez mais imprescindíveis.
Lembremos que o crescente volume de dados gerados na borda convergem seu o tratamento e análise no data center e na nuvem, reforçando mais e mais a complexidade e a necessidade de inteligência autônoma, promovendo o desenvolvimento de Intent Based Networking para que a tecnologia fale a língua dos negócios.
Coisas de borda
As bordas estão fomentando cada vez mais a descentralização. A explosão e a evolução do IoT e a sua automatização, aliados com a consolidação do 5G e o absoluto aumento de capacidade computacional na borda, tendem a fomentar e a consolidar o edge computing e a necessidade de processamento local analítico e inteligente. Independente de o Brasil ainda estar atrás com 5G, portanto com grande potencial, este é um caminho sem volta.
Toda a administração da infraestrutura dos recursos de comunicação demandados pelas bordas, sejam elas escritórios remotos e filiais ou dispositivos móveis e sensores e IoT, será inviável sem o SD-WAN. Esse empoderamento da borda está sendo chamado de Empowered Edge devido à rápida consolidação deste cenário.
Segurança, sempre a segurança
Este é um clássico recorrente a cada ano. Segurança é que nem comida ou storage: todos os dias temos que comer, todos os dias temos que ampliar o armazenamento, todos os dias temos novos desafios de segurança a solucionar.
Na verdade neste assunto estamos perdendo a batalha. O cenário atual da tecnologia propicia a cada dia a exposição a ataques e alguns analistas se arriscam a afirmar que temos mais pontos de vulnerabilidade de ataques e mais hackers do que profissionais para defesa.
Medidas como testes de penetração externa com empresas terceiras especialistas ajudarão a ampliar a visão sobre as suas próprias vulnerabilidades. Ofertas como ASOC – Advanced Security Operation Center, IoT security, pen tests e industrial security devem se fortalecer.
Blockchain
Nada de novo, certo? Verdade, mas esta tecnologia está transformando o mercado e a indústria de forma importante, uma vez que traz a confiabilidade e transparência entra as transações corporativas.
Num mundo em que governantes são eleitos pelas fake news, os trust models são imprescindíveis e vamos combinar: ainda temos muito o que aprender e evoluir na matéria, portanto o potencial do tema é explosivo.
Coisas inteligentes
Já falamos sobre a importância dos analíticos e das ferramentas de automação para suportar a crescente complexidade da tecnologia. Mas é importante reforçar a arena de coisas inteligentes.
A automação não se refere somente a aspectos operacionais e de infraestrutura, mas também está havendo um aumento brutal na inteligência das coisas, sejam veículos, robôs, drones, sistemas de análise financeira, realidade virtual, experiência imersiva multimodal e por aí vai. Tudo isso tem que ser suportado por inteligência, IA, machine learning, advanced analytics e, mesmo, quantum computing, que já é uma realidade. Este ano é o início da consolidação da era da inteligência avançada e, se eu fosse estudante de computação em início de carreira, olharia atentamente sobre este universo.
É executivo da GDN Tecnologia, uma cloud services provider e integradora especializada em SDN e SD-WAN. O executivo atua nas áreas de pré-vendas e marketing de produto. Com formação em telecomunicações, tecnologia da informação e marketing estratégico, Mário Pires tem mais de 36 anos de experiência no mercado, trabalhando em empresas como Embratel, Cabletron/Enterasys, Medidata, Mtel, Innovo e 9Net.