Projeto de smart city em São Paulo utiliza rede IoT da American Tower
Redação, Infra News Telecom
A American Tower, fornecedora global de infraestrutura para telecomunicações, participa do projeto de smart city da cidade de São Paulo, conduzido pelo LSI-TEC – Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológicos no contexto do Plano Nacional de IoT e financiado pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
A companhia fornece sua rede neutra LoRaWAN, com cobertura nacional de 67% do PIB – Produto Interno Bruto do país, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal, e mais de cinco bilhões de mensagens transmitidas. “Estamos colaborando com projetos que visam trazer benefícios importantes para a população. Parcerias como essa com a LSI-TEC permitem que novas soluções sejam desenvolvidas, sempre visando real impacto e escala, para a sociedade e para o ecossistema de parceiros como um todo”, diz Daniel Laper, diretor de fibra e novos negócios da American Tower do Brasil.
Para Marcelo Zuffo, professor titular da Poli-USP e conselheiro científico-tecnológico dos pilotos, “o projeto de cidades inteligentes com IoT é extremamente desafiador. Engloba aspectos do estado da arte em tecnologia IoT com aspectos relevantes de impacto socioeconômico para a população, como diminuir o tempo de socorro em casos de acidentes, aumentar a eficiência das abordagens da polícia e otimizar o processo de programação de semáforos, contribuindo para uma maior segurança nas travessias e melhora da fluidez do tráfego”.
Benefícios aos cidadãos
Um dos casos de uso envolve a aplicação de sensores de IoT em automóveis para identificação e notificação de padrões que podem caracterizar acidentes ou atividades suspeitas. O programa já apresenta os primeiros resultados, como o dispositivo piloto “Sentinela”, desenvolvido com tecnologia nacional para identificar e notificar situações de risco de vida e ações criminosas. O dispositivo faz a leitura das placas dos carros, monitora o ambiente e identifica situações de risco a partir de imagens de uma câmera, usando inteligência artificial. Os eventos são notificados por meio da rede LoRaWAN para um servidor remoto.
Em outro caso de uso, de mobilidade urbana, é investigado o potencial da tecnologia para monitoramento e controle da rede semafórica, com o objetivo de gerar uma maior segurança nas travessias de pedestres e melhorar a fluidez no tráfego de automóveis. O piloto foi testado ainda em março último, com dispositivos aplicados em dois semáforos na Cidade Universitária.
Ao fim dos testes, previstos para o segundo semestre de 2022, os resultados serão publicados, com o objetivo de ampliar a disseminação do conhecimento sobre a tecnologia. Os relatórios de experiência em campo podem ajudar a difundir a tecnologia aplicada e servir de subsídio para aperfeiçoar estruturas regulatórias, visando facilitar a introdução de IoT e de novos modelos de parceria do Estado com a iniciativa privada.
O valor total dos pilotos é de R$ 5,3 milhões. Segundo Laisa Costa De Biase, coordenadora do projeto pela LSI-TEC, é aplicada tecnologia nacional para o desenvolvimento de inteligência artificial na borda por meio do programa de plataformas do “Caninos Loucos”, que desenvolve SBCs – Single Board Computers abertas para IoT.
Cooperação financeira
Para a execução do projeto, foi estabelecida uma rede de colaboração em que diferentes instituições cooperaram no financiamento, na implantação da solução e na disponibilização de tecnologia e ambientes para execução dos pilotos. Além da American Tower, também participam do trabalho a PMESP – Polícia Militar do Estado de São Paulo, a SSP-SP – Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego e a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo.
Os experimentos contam, ainda, com o apoio do grupo automotivo Stellantis, da Smart Modular Technologies, provedora nacional de memórias digitais, e da Deloitte, forcada em serviços de consultoria e transformação digital, que irá desempenhar o papel de fiscalizador e elaborar o relatório de avaliação do potencial impacto social dos projetos.