Python e a ciência de dados
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
Desenvolvida para ser simples, intuitiva e flexível, a linguagem de programação Python está cada vez mais presente no dia a dia dos profissionais de tecnologia. As empresas já entenderam o “poder” dessa ferramenta open-source, que permite criar aplicativos e software com rapidez e custo acessível.
Com mais de 30 anos, a Python conta com uma extensa biblioteca de pacotes e é uma linguagem interpretada em tempo de execução e que não precisa ser compilada – diferente de programas escritos em C# ou C++, por exemplo, que devem ser compilados para gerar um programa de código de máquina.
A Python também é muito usada pelos cientistas de dados para criar modelos e aplicações de machine learning e inteligência artificial. Um artigo publicado nesta edição explica porque essa linguagem, em conjunto com plataformas de dados translíticas, é vantajosa para quem trabalha com ML – machine learning. “Um dos maiores apelos da Python numa plataforma de dados é conseguir rodar o processamento de modelos analíticos ou de ML no servidor de banco de dados, eliminando a necessidade de transferir os dados do banco transacional para o servidor de processamento analítico”, diz Gerson Koji Saito, engenheiro de vendas da InterSystems no Brasil.
Segundo ele, “executar código em Python nativamente numa plataforma permite que os cientistas de dados operem os processos no servidor de dados em vez de levar os dados para o servidor de processamento analítico”. Isso ainda traz muito mais agilidade ao processo.
De acordo com uma pesquisa da CodingNomads, empresa global de cursos e especializações de TI, a Python será a linguagem de programação mais usada nos EUA e Europa em 2022, ultrapassando a Java e a C#. Grande parte dessa demanda está atrelada a sua expansão nas indústrias de ciência de dados, aprendizado de máquina e inteligência artificial.
Mercado de trabalho
A Python também está aquecendo o mercado de trabalho. Um relatório da plataforma freelancer norte-americana Upwork, divulgado no ano passado, revelou que a ferramenta figurava na lista das 15 linguagens de programação mais bem pagas dos EUA. No Brasil, a procura por profissionais qualificados e com expertise nesse tipo de ferramenta só aumenta. A linguagem é uma das exigências de profissões listadas num levantamento feito pelo Linkedin que aponta os 25 cargos com mais alta demanda no país, incluindo cientista de dados.
Uma pesquisa da Intera, startup baiana especializada em recrutamento digital, indica que a abertura de vagas destinada a cargos de dados cresceu 485% no primeiro semestre do ano passado, em relação ao mesmo período de 2020. O estudo, realizado com 4 mil profissionais de 34 empresas, incluindo analistas, engenheiros e cientistas de dados, ainda mostra que a média salarial continua alta. Um analista de dados pleno, por exemplo, ganha entre R$ 7.333 e R$ 9.333. Já o salário de um cientista de dados especialista/líder varia de R$ 18 mil a R$ 22 mil.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.