Qual é a potência ideal na CTO?
Ronaldo Couto, Fundador da Primori
Com frequência tenho esta pergunta em nossos treinamentos e a resposta vocês já podem imaginar: DEPENDE…
Sabendo-se que a potência óptica na saída da porta PON será atenuada pelas perdas que o sinal encontrará até a CTO, esta, então, pode ser calculada como sendo:
Desta forma, para determinarmos qual é a potência medida nas CTOs devemos primeiramente conhecer qual é a potência de saída da porta PON da OLT.
É importante compreender que no momento em que projetamos a rede devemos utilizar a menor potência informada pelo fabricante do SFP, quer seja ele B+, C+ ou C++.
No entanto, para o cálculo da potência que será medida na CTO devemos efetivamente conhecer a potência emitida em cada porta PON.
Sabemos que os lasers dos SFPs, tanto dos equipamentos EPONs como os dos GPONs, emitem luz no comprimento de onda de 1490 nm.
Assim, para efetuarmos corretamente a medida da potência óptica de cada porta, utilizamos power meter com o cuidado de selecionar o comprimento de onda de 1490 nm.
É importante também utilizarmos nesta medida um path cord com conectores em bom estado de conservação, limpos e com padrão adequado à OLT e ao power meter.
De posse dos valores de potência de cada porta PON, devemos calcular a perda projetada até cada CTO onde desejamos conhecer a potência que será medida na mesma.
Para este cálculo partimos do diagrama unifilar que utilizamos no projeto para o cálculo do orçamento de potência.
Como ilustração, utilizaremos em nosso exemplo o diagrama unifilar acima com as seguintes perdas:
• 5 conexões ópticas, neste exemplo será considerado 0,5 dB por conexão, que é o máximo permitido pela Anatel para homologar um conector.
• 5 emendas por fusão, neste exemplo será considerado 0,1 dB por emenda, que é o máximo permitido por norma EIA e é a especificação de várias máquinas de emendas que fazem alinhamento de fibras pela casca.
• 2 splitters 1×8, neste exemplo será considerado 10,5 dB por splitter, que é a máxima perda por inserção permitida pelo Anatel para homologar um splitter 1×8.
5 km de fibra até a CTO, neste exemplo será considerado 0,25 dB por quilometro, que é a perda típica das fibras ópticas homologadas para o comprimento de onda de 1490 nm.
Considerando o digrama unifilar utilizado, calculamos as seguintes perdas projetadas:
Importante lembrar que no momento do projeto e cálculo do orçamento de potência utilizamos em nossos cálculos a perda da fibra como sendo 0,35 dB/km, que corresponde à perda do comprimento de 1310 nm. No entanto, para o cálculo da potência na CTOs devemos utilizar a perda do comprimento de onda dos SFPs da OLT.
Para finalizar os nossos cálculos, consideramos que a potência medida na porta da OLT é de 4,5 dBm.
Podemos então voltar a nossa fórmula e calcular a potência projetada na CTO.
Esta deve ser esperada na CTO considerando os valores projetados.
Caso a potência medida esteja melhor que a potência projetada, devemos aprovar a CTO. No entanto, caso a medida esteja pior que a potência projetada, devemos reprovar a CTO. Na verdade, isto evidencia um problema na execução da implantação da rede que devemos localizar e corrigir.
E, então, amigos, a potência na CTOs de vocês está de acordo com o seu projeto?
Atua há 25 anos nos mercados de telecomunicações e de redes de fibras ópticas. É graduado em Engenharia de telecomunicações pelo Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações e MBA Executivo pelo Insper–SP. Foi executivo da AGC NetTest para projetos, implantação, operação e manutenção de redes de fibras ópticas. Atuou pela UL – Underwriters Laboratories e DQS Deutsche Gesellschaft zur Zertifizierung von Managementsystemen e na área de exportação para a América Latina pela Metrocable, fabricante de cabos ópticos. Em janeiro de 2020 fundou, em conjunto com Rogério Couto, a PROISP, uma empresa de consultoria e qualificação profissional que, além de trazer os conteúdos que fizeram seu sucesso, agrega agora módulos inéditos de treinamentos, como comunicação, finanças, DWDM, recursos humanos e suprimentos cobrindo todas as áreas fundamentais para a operação de uma empresa de Internet.