Redes abertas e desagregadas
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
As arquiteturas de redes abertas e desagregadas devem ganhar força este ano entre as operadoras e prestadores de serviços de telecom no Brasil e na América Latina. A chegada do 5G e a explosão da demanda por dados vão exigir infraestruturas cada vez mais flexíveis, ágeis no lançamento de novos serviços e com eficiência de custos.
Já há exemplos desta movimentação. A Mundo Pacífico, provedor de telecomunicações com sede no Chile, anunciou em julho do ano passado a implantação de uma óptica IP definida por software baseada no Cassini, um Switch Coherent desenvolvido no TIP – Telecom Infra Project.
Em outubro de 2020, a TIM divulgou uma parceria com o Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações e o TIP para trabalhos conjuntos de testes de fornecedores de redes abertas e desagregadas (OpenRAN). A iniciativa faz parte do programa Open Field, um ambiente para testes de campo em redes privadas, localizado dentro do Inatel, onde provedores de software e membros dos grupos de trabalho no TIP podem testar e avaliar as soluções em “condições mais semelhantes à de uma rede comercial”.
Outra empresa de telecomunicações que iniciou testes com o OpenRAN é a Algar Telecom. A companhia é a primeira a participar de ensaios fim a fim no centro de soluções de telecomunicações para 5G da IBM, Flex e FIT – Flex Institute of Technology, cujo acordo foi firmado em dezembro último. Os trials incluem provas de conceito e testes de avaliação para comprovar a viabilidade de outras soluções de telefonia móvel avançadas que irão acelerar a adoção de 5G no Brasil.
“A tecnologia OpenRAN traz uma série de vantagens para o setor de telecomunicações como um todo. Entre elas estão a redução de custos de Capex e Opex e a maior independência no mercado de acesso, permitindo a entrada de novos parceiros além dos grandes players”, comentou Luis Lima, vice-presidente de operações, tecnologia e evolução digital da Algar Telecom.
Localizado nas instalações do FIT em Sorocaba, SP, e com conexão com o IBM Client Center em São Paulo, o ambiente serve como um centro de pesquisas e testes para ajudar as operadoras de telecomunicações e empresas a avaliarem formas de impulsionar tecnologias de nuvem híbrida aberta em redes móveis 5G na América Latina.
Redes ópticas
Esta edição da Revista Digital Infra News Telecom traz um artigo com algumas previsões para o mercado de redes ópticas na América Latina e Caribe. Segundo o autor, infraestruturas abertas e desagregadas, como OpenConfig e Open ROADM, são uma forte tendência para 2021. “Ao desagregar e utilizar interfaces abertas bem definidas é possível isolar partes de uma solução de rede para acelerar a inovação, permitir mais opções e otimizar a economia”.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.