Saiba quais são as diferenças entre salas seguras certificadas e salas-cofre
Zeittec, empresa de engenharia em TI, especializada na construção de data centers em regime de turnkey
Salas seguras e salas-cofre são ambientes estratégicos para empresas e organizações que precisam evitar a todo custo riscos de interrupção na continuidade dos serviços. No entanto, existem diferenças entre elas, especialmente em relação aos testes de certificação.
Salas seguras e salas-cofre são ambientes que têm, basicamente, a mesma finalidade: proteger equipamentos de tecnologia da informação (TI) e dados críticos de um data center contra danos causados por fogo, calor, umidade, poeira e impactos.
Imagine, por exemplo, que o data center de sua empresa fica em um edifício comercial que pega fogo no andar de cima. Além de chamas, esse incêndio pode gerar explosões, queda de escombros, inundações vindas de canos que se rompem ou mesmo da atuação dos bombeiros para conter o fogo.
O data center também pode ser afetado por poeira e gases corrosivos e ter equipamentos danificados. Com isso, informações valiosas podem ser perdidas e sua empresa pode ficar fora do ar, sofrendo prejuízos inestimáveis.
Para evitar situações como essa, cada vez mais empresas investem em salas-cofre e salas seguras. São ambientes que oferecem máxima proteção para equipamentos e dados em eventos de risco extremo. Essa proteção é vital para garantir a sobrevivência de negócios que dependem da segurança de suas informações.
No entanto, existem diferenças entre salas seguras e salas-cofre, especialmente em relação aos testes de certificação desses ambientes. Veremos nesse artigo quais são essas diferenças, de acordo com as principais normas certificadoras.
O que é uma sala-cofre?
A sala-cofre é um espaço seguro construído com paredes corta-fogo certificadas de acordo com o padrão estabelecido pela NBR 15.247 (2004) e destinado à proteção de equipamentos críticos de TI, bem como das informações que estes processam e armazenam.
Normalmente, as salas-cofre são construídas com estruturas modulares e pré-fabricadas. São células autoportantes e independentes que podem estar dentro ou fora do ambiente principal do data center.
Portanto, são estruturas herméticas e totalmente isoladas que podem ser construídas em prédios separados ou junto ao data center – como um grande cofre dentro de um banco, ou uma sala estanque dentro de uma sala maior.
A finalidade da sala-cofre é a mesma de um cofre para hardware: proteger conteúdos sensíveis a temperatura e umidade.
Para isso, a sala precisa ser resistente a incêndios, sendo submetida a testes rigorosos que comprovam essa capacidade, como veremos a seguir.
Como é o teste de certificação de uma sala-cofre
Os testes de certificação da sala-cofre são padronizados pela NBR 15.247. De acordo com a norma, eles são feitos mediante a construção de um protótipo (o corpo de prova), que é envolvido por um forno de ensaio.
Para o teste de certificação de uma sala-cofre tipo B, por exemplo, o protótipo utilizado no ensaio segue proporções reais. Por isso, ele possui 2,8 m de altura x 3 m de largura x 4 m de comprimento. E deve ser construído dentro do próprio forno, simulando o local onde a sala-cofre será instalada.
Este forno, por sua vez, é aquecido e, posteriormente, resfriado para que a estrutura seja testada em variados aspectos.
Os testes criam os riscos que existem em uma situação real de incêndio. Nela a sala-cofre pode ser submetida não apenas a fogo, mas também a inundação, poeira, impactos como os da queda de escombros, gases corrosivos, fumaça, explosões e outros. Para verificar a resistência a esses agentes nocivos:
- A temperatura dentro do forno é elevada a 960ºC.
- O protótipo é submetido a 60 minutos de fogo.
- Durante o incêndio, valores como temperatura e umidade relativa do ar são medidos em locais estabelecidos por normas.
- Também são feitos testes de impacto (em cofres tipo B).
- Após o período de incêndio, o corpo de prova passa ainda pelo teste de estanqueidade. Este verifica se o protótipo é blindado e imune a vazamentos de gás ou fogo (em passagens de cabos lógicos ou elétricos, dutos, portas e outros).
Em seu resultado, o ensaio atesta se o corpo de prova é realmente corta-fogo em toda a sua estrutura construtiva. Ou seja, se possui estabilidade, estanqueidade e isolamento térmico em pisos e paredes.
O que é uma sala segura certificada?
A sala segura certificada possui a mesma finalidade da sala-cofre: proteger equipamentos e informações de danos causados por fogo; fumaça; impactos; poeira; e outros agentes agressores comuns a uma situação de incêndio.
É um ambiente montado com paredes corta-fogo certificadas de acordo com a norma NBR 10636. Além de portas corta-fogo estabelecidas pela NBR 6479.
Em suas paredes são utilizados painéis corta-fogo que garantem ao ambiente estanqueidade, estabilidade e isolamento térmico.
É o caso do data center do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF4. Construído pela Zeittec, em Porto Alegre, RS, o data center do TRF4 é uma sala segura modular que possui paredes corta-fogo com a certificação CF90PC120. A sala segura obedece normas definidas pela ABNT que garantem alta resistência a água, fogo e impactos.
Conheça mais sobre esse exemplo de Sala Segura Modular certificada clicando aqui.
Aparentemente, a configuração de uma sala segura é a mesma de uma sala-cofre, pois ambas são construídas com paredes corta-fogo que protegem o Data Center de calor e umidade. O que diferencia, então, uma sala segura de uma sala-cofre?
Diferenças entre sala segura e sala-cofre
A sala segura pode proteger equipamentos tanto quanto uma sala-cofre. No entanto, sua certificação é diferente.
Enquanto a sala-cofre passa por testes rigorosos baseados na NBR 15247, que certifica a segurança e a estabilidade térmica de todo o conjunto, a sala segura precisa ter apenas paredes, portas e vigas/pilares certificados em relação à proteção contra fogo.
Para tanto, uma sala segura certificada precisa ser construída com portas corta-fogo, de acordo com a NBR 6479, e paredes resistentes a chamas feitas com materiais não propagantes que atendam à NBR 10636.
Em termos práticos, a real diferença entre uma sala-cofre e uma sala segura está no fato de que:
- Na sala seguraos ensaios da NBR 10636 podem ser feitos apenas com um painel. Ou seja, apenas a tecnologia antichamas das paredes utilizadas na construção da sala precisam passar pelo teste de fogo e ser certificadas. São testadas, portanto, proteção e resistência a fogo e impacto.
- Na sala-cofre protótipo ou “corpo de prova” que passa por testes da NBR 15247 é a sala completa. E todo o sistema é submetido a fogo. Além da proteção e resistência a fogo, são testados quesitos como emissão de gases e toxicidade.
Ambas, porém, podem ter níveis máximos de confiabilidade e segurança para os equipamentos e informações armazenadas e processadas no data center.
Investimento na medida certa
A proteção de uma sala-cofre ou de uma sala segura certificada não serve apenas para salvar informações cruciais e equipamentos do data center em momentos críticos de perigo extremo.
Os testes que ratificam o cumprimento de normas garantem que equipamentos e informações de salas-cofre e salas seguras sejam protegidos.
Por isso, salas seguras e salas-cofre são ambientes estratégicos para empresas e organizações que precisam evitar a todo custo riscos de interrupção na continuidade dos serviços.
É o caso de setores de tecnologia da informação que coordenam empresas de telecomunicações, bancos, concessionárias de serviços públicos essenciais como água, gás e energia, empresas de segurança patrimonial, negócios que atuam no setor de varejo e e-commerce, entre outros.
Entretanto, cabe ressaltar que tanto as salas seguras quanto as salas-cofre demandam um investimento maior, se comparadas a construções de data center convencionais.
Portanto, a escolha de empresas capacitadas para fazer a análise de risco e determinar a escolha da melhor solução – baseada na real necessidade do cliente – pode fazer com que valores de investimentos significativos possam ser economizados.
“É muito comum encontrarmos situações em que o cliente, por não ter um conhecimento técnico profundo, acaba direcionando a construção do seu data center para uma sala-cofre. Quando na verdade uma sala segura ou até mesmo uma solução em alvenaria convencional seria suficiente para atender suas necessidades. Temos o compromisso de fornecer aos nossos clientes as soluções mais adequadas, analisando caso a caso. Para isso, levamos em consideração toda a análise de risco. Esta engloba possibilidades de incêndio, inundações, etc. Só então apresentamos a melhor solução de técnica construtiva”, afirma Fabrício Costa, diretor-técnico da Zeittec, empresa especializada em soluções para data centers.