SD-DC: SDN nos data centers como o pilar de Dev-Ops
Mario Pires de Almeida Filho, da GDN Tecnologia
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Na edição anterior, abordamos o tema SD-WAN, como uma forma particularmente revolucionária de aplicação da tecnologia em redes de longa distância, trazendo a programabilidade e a orquestração centralizada baseada em regras e políticas de negócio para o benefício das conexões remotas.
Mas a tecnologia SDN se aplica a qualquer porção ou tipo de rede, seja em locais, remotas, de acesso, sem fio, etc. Outra forma de aplicação da tecnologia, que traz inúmeros benefícios, é no próprio ambiente de data centers, o que chamamos de SD-DC.
Na arquitetura tradicional, toda a infraestrutura de rede se baseia em switches, roteadores e outros appliances, onde cada equipamento precisa ter a sua configuração realizada individualmente e com uma complexa tarefa de linhas de comando, ou mesmo por interfaces gráficas, mas ainda difíceis e passíveis de erros.
Com um erro de configuração uma rota pode ser perdida ou um servidor ou máquina virtual pode ficar fora de serviço. Além disso, com a virtualização dos sistemas computacionais e, mais recentemente, com o advento da hiperconvergência e de microsserviços baseados em contêineres, a rede, na arquitetura tradicional, simplesmente não consegue acompanhar com a agilidade necessária as movimentações do ambiente. Vamos lembrar que os data centers possuem centenas, milhares, dezenas de milhares e até centenas de milhares de servidores, cada um rodando uma grande quantidade de máquinas virtuais e contêineres.
Lembro de um projeto de um grande data center de uma empresa pública, em que uma transição de sistema demandou um investimento milionário apenas para disponibilizar PODs – Point of Delivery dedicados ao desenvolvimento. Esse trabalho levou mais de um ano para ser licitado, adquirido e implantado, a um enorme custo. Isso não é agilidade.
Também não é agilidade quando a dinâmica de disponibilização de recursos para o desenvolvimento ou a movimentação de uma máquina virtual em função de seu host apresentar problemas de hardware e demandar uma completa reconfiguração da rede, feita “na raça”, de forma lenta, demorada e passível de falhas ou excesso de complexidade.
Com SD-DC, PODs que levavam meses para serem implantados são estabelecidos em minutos; aplicações de manobras corretivas ou de emergência acontecem ao click de um mouse; e, principalmente, a flexibilidade de aplicação de políticas aderentes aos requisitos de aplicações e segurança são realizados de forma dinâmica e programável, com um gerenciamento amplo e amigável de toda a rede.
Dessa forma, a infraestrutura de rede pode acompanhar com agilidade, disponibilidade, performance e segurança a dinâmica exigida pelo constante ciclo de desenvolvimento e atualização de aplicações, bem como atender aos requisitos de operação e manutenção da infraestrutura de redes, sendo o pilar fundamental para o verdadeiro ambiente Dev-Ops. E claro, ganhar agilidade, disponibilidade, performance e segurança, em ambientes críticos como o dos complexos data centers, traz um investimento com retornos e benefícios significativos.
A tecnologia já está madura e o mercado já dispõe de fornecedores de soluções SDN que possuem arquitetura multi-tenant (múltiplas empresas cliente) e carrier class com escalabilidade virtualmente infinitas e que incorporam em uma mesma plataforma a solução de orquestração para data centers (SD-DC) e redes de longa distância (SD-WAN).
É executivo da GDN Tecnologia, uma cloud services provider e integradora especializada em SDN e SD-WAN. O executivo atua nas áreas de pré-vendas e marketing de produto. Com formação em telecomunicações, tecnologia da informação e marketing estratégico, Mário Pires tem mais de 36 anos de experiência no mercado, trabalhando em empresas como Embratel, Cabletron/Enterasys, Medidata, Mtel, Innovo e 9Net.