SD-WAN é nuvem?
Mario Pires de Almeida Filho, da GDN Tecnologia
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Em meio à avalanche de tecnologias envolvidas nos ambientes de TI e telecom, acreditamos que a média dos profissionais destas áreas está à vontade e entende todas as terminologias. Por exemplo, alguns buzzes do momento são SDN, SD-WAN, NFV e SD-“qualquer coisa”. O que já se fala na mídia e nas ofertas de fabricantes e provedores de serviço sugere que os profissionais de TI dominam completamente os fundamentos dessas tecnologias, como a abstração das redes físicas (underlay) em redes virtualizadas (overlay). Porém, recentemente ouvi de um cliente a seguinte pergunta: “afinal, SD-WAN é nuvem?”
A resposta a esta questão é não necessariamente, mas a tecnologia pode ser relacionada à nuvem. Em uma implementação clássica, uma empresa pode adotar SD-WAN mesmo sem ter nada relacionado à nuvem, seja privada ou serviços em nuvem pública, com a implementação de um software de gerenciamento e orquestração e CPEs (equipamentos de borda) programáveis em suas filiais.
Com isso, já é possível obter os diversos benefícios da tecnologia, como a instalação “zero-touch”, que requer o mínimo de intervenção para se ativar uma filial; segurança, com criptografia e serviços de firewall nativo; e, claro, políticas de distribuição de tráfego e uma série de serviços de visibilidade e gerenciamento, trazendo agilidade, segurança e visibilidade de toda a rede. Nesse caso, mesmo serviços em nuvem, como ERPs e armazenamento, podem ter os seus acessos otimizados.
Mas, se a empresa utiliza serviços em nuvem de forma intensa, onde mesmo os seus servidores ou parte deles estejam em provedores como AWS e Azure, a implementação de CPEs SD-WAN virtuais possibilita que os serviços se comportem como em seus próprios data centers, trazendo os benefícios de conectividade SD-WAN diretamente aos serviços em nuvem. Neste caso, uma instância de CPE virtual é implementada no site desses provedores e todo o ambiente é trazido para a rede corporativa, de forma segura e com todos os benefícios de controle da conectividade geridos como se fossem mais uma localidade da empresa. O serviço em nuvem fica literalmente associado ao ambiente da própria empresa e as políticas de gestão de conectividade também se aplicam a eles.
Finalmente, uma companhia pode contratar provedores de serviços em nuvem (CSP – Cloud Services Providers) também para a sua própria rede de longa distância. Esses provedores possuem infraestrutura própria para fornecer, orquestrar e gerenciar serviços de conectividade para redes de longa distância na forma de assinatura de prestação de serviços, disponibilizando também ferramentas de gestão para o autoprovisionamento e análise da saúde da rede, além de serviços de suporte e manutenção.
Assim, o SD-WAN é totalmente tratado como um serviço em nuvem e, portanto, com as características e a agilidade necessária aos negócios de cada empresa. Essa forma de implementação de SD-WAN favorece as companhias que preferem contratos por Opex, onde o SLA é a forma principal para gerir o serviço.
Podemos concluir, portanto, que a tecnologia SD-WAN pode ser implementada desde o modelo Capex (compra de ativos), onde todos os recursos de rede necessários são de propriedade e gestão da empresa, não demandando necessariamente a relação com serviços em nuvem, até a contratação de todo o serviço por meio de provedores em nuvem (CSP), com a gestão via contratos de SLA.
É executivo da GDN Tecnologia, uma cloud services provider e integradora especializada em SDN e SD-WAN. O executivo atua nas áreas de pré-vendas e marketing de produto. Com formação em telecomunicações, tecnologia da informação e marketing estratégico, Mário Pires tem mais de 36 anos de experiência no mercado, trabalhando em empresas como Embratel, Cabletron/Enterasys, Medidata, Mtel, Innovo e 9Net.