SD-WAN – Uma solução, diversas possibilidades
A SD-WAN – Software Defined WAN é considerada uma das viabilizadoras da adoção de diversas tecnologias digitais e, consequentemente, dessa jornada de transformação.
Larisse Gois, gerente de tecnologia – SDX da Logicalis
A transformação digital vem sendo apontada como prioridade na agenda dos CIOs de diferentes verticais de negócios. A SD-WAN – Software Defined WAN é considerada uma das viabilizadoras da adoção de diversas tecnologias digitais e, consequentemente, dessa jornada de transformação. Segundo a IDC, em 2019, mais de 40% das grandes empresas brasileiras já utilizarão SD-WAN ao menos em parte dos seus sites e a expectativa é de que, até 2021, 80% das organizações no mundo já terão iniciado a adoção da tecnologia. Essa expectativa se reflete também nas promissoras projeções realizadas pela Frost & Sullivan para este mercado na América Latina, prevendo uma CAGR – taxa de crescimento anual composta de, aproximadamente, 79% entre 2018 e 2023.
Porém, apesar da grande importância da SD-WAN, de acordo com o estudo produzido pela IDC, um em cada três tomadores de decisão das áreas de TI e telecomunicações das grandes empresas ainda não tem familiaridade com a solução. Essa informação se confirma na prática quando conversamos com esses profissionais e percebemos que realmente a grande maioria não sabe ao certo do que se trata. Muitas vezes, o impacto desse desconhecimento é que os executivos já começam a traçar as suas estratégias com base na solução de um fabricante específico com a qual tenha mais familiaridade.
Mas por que isso acontece? Uma das possibilidades é que esse desconhecimento seja proveniente do fato de a WAN definida por software não ser baseada em um padrão comum estabelecido. Para mitigar o problema, os gestores de TIC – tecnologia da informação e comunicação podem contar com as informações de órgãos importantes que trazem definições e levantamento de requisitos que ajudam a entender quais as funcionalidades que compõem a SD-WAN, e também a definir uma base comum de comparação entre as diferentes soluções existentes no mercado.
O ONUG – Open Networking User Group define, entre outros, os seguintes requisitos para uma solução de SD-WAN:
• Permitir a utilização de WAN híbrida, ou seja, permitir o uso de diferentes tipos de meio de transporte WAN como MPLS, xDSL, 4G, garantindo a segurança dos dados.
• Permitir a utilização dos links WAN em modo ativo-ativo.
• Suportar CPEs físicos ou virtuais.
• Suportar a implantação da solução utilizando a funcionalidade ZTP – Zero Touch Provisioning.
• Possuir APIs northbound abertas para acesso ao controle e gerenciamento da solução.
• Prover visibilidade do tráfego WAN.
• Prover dashboards de desempenho WAN.
Já o Gartner, em mais alto nível, define que as soluções de SD-WAN devem:
• Possuir controle centralizado.
• Ser agnósticas a meios de transporte, garantindo a segurança da WAN.
• Permitir a definição de políticas de encaminhamento de tráfego baseado em necessidades de negócios e/ou aplicações.
Com essas definições, todos os gestores de TI que estão pensando em implementar SD-WAN devem considerar apenas soluções que atendam a todos esses requisitos? Não necessariamente. A única verdade absoluta que vemos atualmente em relação a esta tecnologia é que, hoje, não existe definitivamente uma única solução que melhor enderece as necessidades – técnicas e financeiras – de todo e qualquer cliente. Até por isso, é comum vermos fabricantes e operadoras oferecendo diferentes soluções de SD-WAN em seus portfólios.
Por isso, é muito importante que, antes de se decidir por uma solução específica, os gestores busquem entender de maneira holística quais problemas existentes e quais necessidades futuras (oriundas do plano de transformação digital) devem ser endereçadas no plano de atualização da WAN. Só depois de ter essas definições muito claras, deve-se analisar as soluções disponíveis no mercado para que se entenda qual trará mais benefícios para o seu ambiente.
Além disso, dada a importância estratégica dessa solução, é importante buscar empresas que tenham conhecimento e experiência na tecnologia e possam apoiá-los, de maneira agnóstica, nessa jornada. Certamente, seguindo esses passos, as empresas conseguirão extrair o máximo dos benefícios que a solução pode prover.