Segurança cibernética nas redes 5G
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
É fato que o 5G vai trazer novas oportunidades de negócios em diferentes mercados. Os dispositivos conectados via IoT – Internet das coisas e a arquitetura de computação de borda, por exemplo, vão ganhar ainda mais destaque com a chegada da tecnologia. Mas, como o 5G exige uma infraestrutura mais complexa e dinâmica, as operadoras precisarão aumentar ainda mais os seus esforços na segurança cibernética.
A pesquisa “Threat vector: GTP. Vulnerabilities in LTE and 5G networks 2020”, publicada recentemente pela Positive Technologies, empresa especializada em segurança de redes de telecomunicações, mostra que todas as redes móveis são suscetíveis à exploração, inclusive a 5G.
As falhas no protocolo GTP afetam diretamente as redes 5G. “No momento, as redes 5G implementadas são non-standalone, ou seja, ainda dependem do 4G. Portanto, todas essas ameaças também se aplicam às redes 5G atuais. O protocolo GTP permanecerá parcialmente na arquitetura autônoma e sua segurança será um problema importante por um longo tempo”, pontua Giovani Henrique, diretor geral da Positive Technologies para América Latina.
A Positive realizou avaliações de segurança nas redes móveis de 28 operadoras de telecomunicações na Europa, Ásia, África e América do Sul. A pesquisa também descobriu a suscetibilidade à exploração do protocolo GPRS Tunneling (GTP), usado para transmitir sinalização para controle de tráfego e dados do usuário em redes 2G, 3G e 4G. “Todas as redes testadas eram vulneráveis a ataques DDoS, representação e fraude”, completa Henrique.
Ivan Marzariolli, country manager da A10 Networks, empresa especializada em segurança cibernética, também alerta que a tecnologia 5G é mais exposta a diferentes tipos de ataques e tráfegos ilegais dentro da rede e necessita de proteção DDoS com certas particularidades. “Haverá que se pensar numa proteção distinta contra ataques de vírus no serviço de telemedicina, por exemplo, o que é bem diferente de ataques durante uma navegação”, diz Marzariolli, um artigo publicado nesta edição.
No artigo ele ainda destaca os resultados de uma pesquisa realizada pela BPI – Business Performance Innovation Network, em parceria com a A10 Networks. Praticamente todos os entrevistados (98%) acreditam num crescimento no tráfego de rede, dispositivos conectados e casos de uso de IoT de missão crítica, o que aumenta as preocupações com segurança e confiabilidade para operadoras de celular 5G.
Boa Leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.