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Serviços de valor adicionado ganham destaque nos ISPs
Embora a infraestrutura de fibra óptica seja uma protagonista, os chamados SVAs – Serviços de Valor Adicionado entram em cena, num mercado que sofre grandes transformações.
Redação, Infra News Telecom
Para se manterem competitivos, os provedores de serviços de Internet precisam ir além da oferta de pacotes tradicionais de banda larga e adicionar valor à estratégia de negócios. “As empresas preparadas para o rápido atendimento nos casos de manutenção e, principalmente, para a ampliação dos serviços estarão à frente da concorrência”, diz Dario Prado, diretor de novos negócios e parcerias da DConsult Telecomunicações.
Embora a infraestrutura de fibra óptica seja uma protagonista, os chamados SVAs – Serviços de Valor Adicionado entram em cena, num mercado que sofre grandes transformações, devido principalmente à crise causada pela pandemia da Covid-19. “Ainda há muitos locais do país sem acesso à Internet e os ISPs estão numa corrida para alcançar essas regiões mais carentes. Os investimentos em redes ópticas e equipamentos vão continuar. Porém, é preciso ficar atento às mudanças de comportamento do consumidor e agregar valor aos serviços com soluções remotas e Wi-Fi, por exemplo”, acrescenta Prado.
Muitas empresas já estão adaptadas à nova realidade. É o caso da Altarede, presente em oito estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Pará, Mato Grosso, Roraima e Amazonas) e com rotas para os principais pontos de troca de tráfego de Internet do mundo, como Miami e Nova York, EUA; Amsterdã, Holanda; Frankfurt, Alemanha; e Londres, Inglaterra.
Além dos serviços tradicionais de Internet e conectividade, a companhia tem no seu portfólio soluções de armazenamento de dados, co-location, VoIP – voz sobre IP, proteção anti-DDoS e Wi-Fi. “Investimos constantemente em segurança de rede, novos produtos e modernização de equipamentos para atender demandas acima de 100 Gbps”, diz Alexandre Kronig, head of sales da Altarede, acrescentando que este ano também foram feitos aportes na expansão da rede para atender às novas rotas e na adequação das normas de segurança sanitária para oferecer segurança aos colaboradores, devido à pandemia da Covid-19.
Com mais de 40 mil clientes em todo o país, a companhia tem uma rede de fibra óptica com mais de 10 mil quilômetros de extensão, mesclando tecnologias GPON, FTTH, DWDM e Metro Ethernet. Hoje, o mercado corporativo abocanha 70% do seu faturamento; o restante fica por conta dos clientes residenciais.
Segundo Kronig, a empresa espera crescer 40% este ano. Para tanto, algumas novidades já estão no roadmap. Uma delas é o lançamento de serviços sem fio utilizando o padrão Wi-Fi 6. “Já trabalhamos com Wi-Fi 5 e mesh”, acrescenta.
Outra empresa que também está atenta a mudanças é a Eyes NWhere (ENW), com sede em Manaus, AM. Em parceria com a Binario Cloud, a companhia passou a disponibilizar serviços em nuvem a clientes corporativos, incluindo a comunicação, venda e entrega dos produtos. “Este ainda é um mercado pouco explorado pelos ISPs”, diz Amilton de Lucca, presidente da Eyes NWhere.
De acordo com ele, os serviços de cloud são uma forte tendência e ganharam ainda mais importância no cenário atual. “Os usuários sofreram com a falta de recursos computacionais. Com a solução de nuvem eles podem acessar os seus serviços e arquivos de qualquer dispositivo conectado, sem precisar ligar uma máquina específica para realizar o trabalho desejado”.
Com foco no mercado corporativo e órgãos públicos, a empresa presta serviços de comunicações de dados, Internet e data center. Conta com uma rede de fibra óptica própria de 2 mil quilômetro de extensão, principalmente FTTH/GPON, que cobre toda a cidade de Manaus.
A ENW também desenvolve sistemas e tecnologias para integração e suporte à vigilância e monitoramento remoto em todo país. “Esses serviços podem ser oferecidos em conjunto com as soluções de conectividade. Isso nos dá um grande diferencial em condomínios, por exemplo”, destaca Lucca.
Aumento de ticket médio
Com uma rede óptica de cerca de 300 quilômetros de extensão e 4 mil clientes em três cidades do interior de Minas Gerais (Oliveira, São Francisco de Paula e Cabo da Mata), o Grupo Vertentes está empenhando em aumentar o ticket médio de seus assinantes, com a oferta de novos serviços.
De acordo com o diretor de tecnologia e inovação da empresa, Denilson Rocha, de abril a setembro deste ano o provedor ampliou o valor de compra dos seus clientes em 20%. “Este ano a expectativa é que nossa carteira de clientes cresça 10%. Nosso foco é o bom atendimento e serviços inovadores”. A empresa também tem uma rede legada wireless, que atende, principalmente, às zonas rurais.
Para ele, os provedores que focam apenas em conectividade tendem a perder competitividade e ter uma parcela de lucro cada vez mais achatada. “Uma malha de fibra óptica pode gerar muitas oportunidades, mas é preciso pensar diferente para desenvolver e validar novos planos de negócios. No Grupo Vertentes, a conectividade é apenas um meio para entregar muito mais soluções aos usuários de rede”.
Rocha conta que recentemente o empresa investiu em um servidor de streaming próprio para criar soluções de transporte de imagens e oferecer serviços e produtos de segurança eletrônica patrimonial. O portfólio inclui monitoramento de alarmes e cercas eletrificadas, CFTV, etc., com operação 24 x 7. Outros pacotes fornecidos pelo provedor são, por exemplo, backup corporativo, projetos de cabeamento estruturado e soluções empresariais de TI, além de Internet banda larga.