Tecnologia – O que veremos daqui para frente?
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
A pandemia foi o centro das atenções em 2020 em todo o mundo, mas também evidenciou a importância da tecnologia em nossas vidas. Em 2021 não será diferente! As empresas estarão ainda mais preocupadas em reconhecer o valor da inovação tecnológica e investir em recursos que possibilitem a automação e aperfeiçoem todos os processos.
Tudo isso já vinha acontecendo, no entanto se tornou imprescindível em um ano que superou todas as previsões e acelerou a transformação digital. Hoje, é impossível dizer que alguém não precisou de alguma ferramenta tecnológica para resolver qualquer problema ou até mesmo se comunicar com alguém.
Segundo os entrevistados da pesquisa global do IEEE – Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, realizada com 350 executivos do Brasil, China, Estados Unidos, Índia e Reino Unido, 20% acreditam que a videoconferência foi a tecnologia mais importante em 2020. Esta é uma tendência que se tornou forte no último ano e não cairá em desuso.
O Coronavírus também acelerou a adoção da computação em nuvem (55%) e do 5G (52%), as tecnologias IA – inteligência artificial e machine learning (51%), além da utilização de IoT (42%) e realidade aumentada e virtual (35%).
O que veremos daqui para frente?
Além disso, quase um terço (32%) dos CIOs – Chief Information Officers e CTOs – Chief Technology Officers apontaram a IA e o machine learning como as principais tendências de 2021, seguidas pelo 5G (20%) e IoT (14%).
É claro que esses assuntos não são novos. A inteligência artificial e o machine learning, por exemplo, tornaram-se parte do nosso dia a dia de várias maneiras, inclusive nas figuras de assistentes virtuais, como Google Assistente, Siri e Alexa. Mas serão cada vez mais usadas pelas empresas para modernizar as ações de negócios e aperfeiçoar experiências dos clientes. Essas são duas ferramentas indispensáveis no mercado.
Nesse contexto, a pesquisa da IEEE aponta que 86% das pessoas trabalhariam lado a lado com um robô, sendo 38% a favor deles para a exploração científica e 16% para o uso em cuidados hospitalares.
E por falar na área da saúde, é unânime que o uso da tecnologia deve existir para salvar vidas. Na pandemia, a Internet das coisas, onde o mundo físico e o digital se tornam um só por meio de dispositivos que se comunicam com os outros objetos, teve papel fundamental e foi usada para ajudar com os cuidados de idosos e pessoas que sofriam de alguma doença crônica.
A IoT ajudou a minimizar o contato desnecessário em situações onde o risco de contaminação viral é particularmente alto. Acredita-se que novos equipamentos inteligentes, sensores e dispositivos conectados vão continuar surgindo em 2021, mudando a maneira como os cuidados com a saúde são prestados.
Por isso, a tecnologia 5G é fundamental. É claro que ela veio com a promessa de deslanchar a um ano, mas a adaptação foi lenta no Brasil. É esperado que ela esteja bem mais disponível neste ano e ajude a melhorar o desempenho e a confiabilidade dos dispositivos conectados. De acordo com o estudo do IEEE, 40% das empresas afirmam que a adoção do 5G acelerou devido à pandemia e, para 26% será uma das principais tecnologias em 2021.
E como ficarão as áreas mais impactadas?
Se para alguns, tecnologia é luxo, é preciso entender que ela vem para quebrar esse abismo de desigualdade, com a possibilidade de chegar a todos. No caso da educação, ela se mostra necessária e indiscutível.
Por conta da pandemia e com o adiamento das aulas presenciais, vimos milhares de crianças e jovens fora das escolas e sem estudar. Tudo isso se deve à falta de preparo das escolas e educadores para lidarem com plataformas online e o ensino a distância.
Mas a lição foi aprendida. Nos próximos meses, poderemos ver no plano de aula um modelo híbrido, onde ambientes online e offline vão se encontrar. Nenhum substitui o outro. Pelo contrário, eles são essenciais. O estudo mostra que para 24% dos entrevistados a educação será uma das áreas mais impactadas pela tecnologia.
Mas não é só ela. Para 34% dos respondentes, os serviços financeiros também terão um grande impacto, já que usarão soluções para ajudar o país a se recuperar dos efeitos colaterais deixados pela Covid-19. Muitas soluções vão surgir para auxiliar PMEs – pequenas e médias empresas a se reerguerem desta crise, além traçar métodos e estratégias para inserir os jovens, novamente, no mercado de trabalho.
Independente de serem apenas tendências, essas tecnologias se tornarão ainda mais importante no decorrer do ano para fazer com que o mundo volte ao eixo, ou pelo menos para trazer soluções para os problemas causados por esta pandemia. Não há outro caminho. A tecnologia estará em todos os lugares, com recursos ainda mais promissores para que a população possa se beneficiar. Na verdade, ela vai determinar o futuro de todos os setores de agora em diante. Você está preparado para tudo isso?
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.