Trânsito IP oferece a melhor experiência de Internet
O Trânsito IP tem dois objetivos intrínsecos: garantir o estabelecimento de conexão entre o usuário e o conteúdo; e buscar, dentre as alternativas de conexão, os melhores parâmetros de qualidade definidos pela taxa de erro e pela quantidade de saltos entre os vários sistemas autônomos.
Célio Mello, gerente de produtos da Eletronet
A digitalização crescente das atividades do dia a dia de pessoas físicas e jurídicas, seja no trabalho, aprendizado, comunicação ou entretenimento, amplia a necessidade por acesso a conteúdos on-line, de forma rápida, fácil e estável. Hoje, graças à evolução da Internet e o advento da transformação digital, consumir esses conteúdos é sinônimo de experiências cada vez mais interativas e imersivas, com grandes volumes de dados envolvidos, o que é impossível sem uma internet de boa qualidade. É nesse cenário que o trânsito IP surge como aliado de provedores na oferta de serviços de telecomunicações diferenciados à sua base de usuários.
O acesso ao metaverso, a participação em jogos interativos, a possibilidade de assistir a filmes em 3D na TV ou escolher uma playlist por meio de um simples comando de voz já são uma realidade na maioria das casas brasileiras. Segundo dados da “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios”, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística, divulgada em setembro de 2022, 90% das residências no país têm acesso à Internet. Estamos falando de 65,6 milhões de moradias conectadas, 5,8 milhões a mais do que em 2019. No entanto, a qualidade dos serviços, segundo os consumidores, ainda deixa a desejar.
A edição 2021 da “Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida”, realizada pela Anatel, com um universo de 82 mil consumidores das cinco regiões do Brasil, mostrou que, entre os serviços de telecomunicações, a banda larga fixa fica na lanterna e perde para a telefonia fixa, móvel e TV por assinatura. A nota 6,88, de um total de 10 pontos, em 2022, teve uma pequena evolução em relação à média de 6,51 contabilizada em 2020.
Em relação ao resto do globo, entre 2020 e 2022, o Brasil subiu algumas posições no ranking “Digital Quality of Life Index”, pesquisa de satisfação realizada pelo Sharkhark com base em cinco pilares principais que impactam qualidade da vida digital nas populações: acessibilidade da Internet, qualidade da Internet, infraestrutura eletrônica, segurança eletrônica e governo eletrônico. Em 2020, o Brasil estava em 58º lugar entre 85 países. Já ano passado, dos 117 países pesquisados (92% da População mundial), ocupávamos a 53ª posição. Mas o que é preciso ser feito para melhorar definitivamente esses índices de satisfação entre os consumidores?
Latência versus qualidade da experiência do usuário
Tecnicamente, é a latência da rede que determina a experiência do usuário, e esse é um dos fatores que necessitam de total atenção para o efetivo upgrade em qualidade das conexões. Trocando em miúdos, quanto mais baixa a latência da conexão, melhor e mais estável ela é, garantindo jogabilidade aprimorada, transmissão de vídeos em altíssima definição, sem travamentos ou interrupções, bem como o acesso a enésimos conteúdos de forma irrestrita, entre outros benefícios.
A alternativa para otimizar a experiência do usuário é ir além do transporte de dados, por meio de um Trânsito IP de qualidade que reduza o número de intermediários, alcançando sem escalas conteúdos que precisariam de dois ou mais provedores de trânsito para serem acessados e melhorando, consequentemente, a latência da rede. Na prática, o trânsito IP é uma forma mais eficiente de trocar informação na Internet por meio de milhares de peerings (modelo de troca de tráfego colaborativa) e rotas inteligentes.
Diferente do transporte de dados, que viabiliza a conexão do provedor a um ponto de seu interesse, seja outro provedor, um ponto de troca de tráfego ou uma filial de sua operação, mas não permite roteamento do tráfego, o serviço de trânsito IP favorece essas múltiplas trocas de informações que acontecem nos PIX – Internet Exchange Points, ou PTT – Pontos de Troca de Tráfego.
Importante destacar que o CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil por meio de seu braço executivo, o Nic.Br, criou a infraestrutura de IXP – Ponto de Intercâmbio de Internet para a interconexão direta entre as redes ASs – “Autonomous Systems” que compõem a Internet brasileira, chamada IX.br. Ao promover uma distribuição melhor do conteúdo no país, a rede IX.br não só expandiu oportunidades de negócios em telecomunicações, como aumentou a competitividade dos pequenos provedores espalhados pelo país. Atualmente, o IX.br conta com 35 pontos de troca de tráfego e em 2021 contabilizou o recorde de 20 TPBS. Para se ter uma ideia da expressividade da rede, o PTT de São Paulo é considerado o maior do mundo.
Assim, a presença de uma operadora ou provedor em pontos de presença – IX, garante o caminho direto para servidores de games, streaming, cloud e fornecedores de conteúdos como Google, Netflix, Youtube, Amazon etc., de forma mais rápida, confiável e de alta disponibilidade, assegurada pela interação com múltiplos operadores em redundância.
Em adição, o trânsito IP suporta altos picos de tráfego de dados, e quanto mais conectado for o serviço de trânsito IP, maior é a resiliência da rede com salto significativo na qualidade da conexão para o usuário final. Também vale ressaltar que para usufruir da máxima eficiência do trânsito IP é fundamental que o serviço escolhido ofereça, integralmente, acesso direto aos conteúdos nacionais e internacionais, lembrando que o número de intermediários – nesse caso a necessidade de passar por vários provedores de serviços de trânsito IP – impacta diretamente na latência da rede e na qualidade da conexão.
Melhor entrega e racionalização de custos
O Trânsito IP tem dois objetivos intrínsecos: primeiro garantir o estabelecimento de conexão entre o usuário e o conteúdo, utilizando quaisquer alternativas de interligação e como segundo objetivo, buscar dentre as alternativas de conexão, aquela que tenha os melhores parâmetros de qualidade, definidos pela taxa de erro e pela quantidade de saltos entre os vários sistemas autônomos (AS).
Por consequência, uma das vantagens do trânsito IP de qualidade é abreviar a entrega de seu tráfego utilizando a rota mais próxima do destino. Outro benefício é a racionalização de custos, dispensando redes fisicamente distantes, para balanceamento do tráfego de forma altamente escalável. Não podemos esquecer que, com o esgotamento dos endereços IP do protocolo IPv4 (de 32 bits), a infraestrutura da rede deve atender, sem restrição, o protocolo IPv6 (128 Bits), promovendo o acesso à internet de forma igualitária e favorecendo a inclusão digital.