Tudo o que você precisa saber sobre a IA na tomada de decisão sustentável
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
Estamos presenciando avanços notáveis na área de IA – inteligência artificial, e as empresas já compreenderam a magnitude da onda que precisam surfar. No entanto, embora o tema esteja em alta entre os líderes e seja reconhecido como uma ferramenta crucial para manter a competitividade, o papel da IA no processo de tomada de decisão ainda enfrenta diversos desafios. Um deles está relacionado à gestão da sustentabilidade nas organizações.
Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pelo IBM Institute for Business Value, em parceria com a Oxford Economics, onde 75% dos participantes afirmaram acreditar que a vantagem competitiva dependerá de quem possuir a IA generativa mais avançada.
A inteligência artificial é uma realidade em nosso meio e já desempenha um papel importante em várias esferas da sociedade, funcionando como uma aliada na construção de um futuro mais equilibrado e ecologicamente responsável.
Segundo o estudo “Sustentabilidade na agenda das lideranças da América Latina”, cerca de 69% das empresas na Argentina, Brasil, Colômbia e México já possuem uma estratégia de sustentabilidade em suas organizações atrelada à tecnologia, representando um aumento acentuado em relação à proporção de 46% registrada em 2021.
Esses números devem continuar aumentando nos próximos anos, considerando o crescente interesse das empresas nesse tema e sua busca por soluções que promovam decisões mais sustentáveis.
A IA como um catalisador importante
Um dos aspectos mais promissores da IA é sua capacidade de otimizar processos, reduzindo o desperdício e maximizando o uso eficiente dos recursos. Empresas de diversos setores estão adotando sistemas inteligentes para analisar grandes conjuntos de dados em tempo real, identificando oportunidades de melhoria na eficiência operacional que resultam em benefícios tanto para o meio ambiente quanto para o bolso.
Além disso, a capacidade da IA de analisar vastas quantidades de dados em tempo real possibilita a previsão de tendências ambientais e a antecipação de desafios. Na agricultura, por exemplo, algoritmos preditivos podem levar a práticas mais sustentáveis, adaptando-se às mudanças climáticas e contribuindo para a segurança alimentar global.
Outro ponto que não podemos esquecer é que a gestão de resíduos é uma área crítica para a sustentabilidade, e a IA está transformando a maneira como lidamos com esse desafio. Sistemas inteligentes podem otimizar a coleta, reciclagem e descarte de resíduos, reduzindo a poluição e promovendo uma abordagem mais circular e sustentável.
O que esperar para os próximos anos
O casamento entre inteligência artificial e sustentabilidade promete um futuro mais verde e equilibrado. Governos, empresas e organizações estão cada vez mais reconhecendo a importância de integrar a IA em suas estratégias de tomada de decisões para atingir metas ambientais e criar um legado sustentável para as próximas gerações.
Hoje, ao contemplar todo o potencial da Inteligência Artificial, percebo que ela não é apenas uma parte da solução para muitos dos problemas que enfrentamos, incluindo a questão da sustentabilidade. Na verdade, ela é uma grande força motriz na construção de um futuro mais consciente para a nossa geração e as próximas, proporcionando benefícios que impactam toda a sociedade.
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.