Uma jornada para o futuro dos negócios
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
Projetos de blockchain e de metaverso começam a atrair investimentos das empresas. Recentemente, grandes bancos iniciaram testes no metaverso, como o JPMorgan, com a abertura de um lounge na plataforma de realidade virtual Decentraland, e o HSBC, que anunciou a compra de um terreno virtual no jogo on-line The Sandbox. Empresas como Renner, Disney e Nike também já estão se aproximando da tecnologia.
Para a Prof.ª e Dra. Alessandra Montini um dos entraves do metaverso era a falta de conectividade para garantir escala e recursos para realizar transações dentro de jogos e meios de promover a imersão virtual. “Agora, porém, não falta mais. A conectividade já tem o suporte da Internet 5G, com a promessa de ser 100 vezes mais rápida do que o 4G. Os meios para imersão também existem com a tecnologia de realidade virtual. Por fim, as transações podem ocorrer com a tecnologia blockchain por meio de criptoativos, combinando agilidade com segurança”, diz Alessandra num artigo desta edição.
Mas, segundo ela, ainda há um longo caminho a ser percorrido, já que, apesar do destaque sobre o tema, são poucos os usuários que têm uma visão clara sobre o metaverso. “Por isso, é melhor se apressar. Quanto mais cedo nos informarmos sobre o metaverso, mais rápido podemos usufruir de suas vantagens e possibilidades”.
A AES Brasil já iniciou essa transformação nos seus negócios. A empresa concluiu o “Projeto AES Brasil de Energy Intelligence”, com o objetivo desenvolver o primeiro balcão organizado em blockchain no país para compra e venda de energia em um ambiente digital, com a existência de uma contraparte central, que garante a custódia e a liquidação de contratos bilaterais de energia para compradores e vendedores.
O projeto começou em 2019 e contou com a parceria da Fohat Corporation, companhia curitibana de inteligência energética. De acordo com a AES, a nova solução impacta o mercado brasileiro, trazendo uma plataforma de trading 100% online e acessível, que agrupa todas as operações do blackoffice do usuário. Além disso, oferece integração com outras soluções externas, possibilitando um balcão organizado na comercialização de energia e, também, dos certificados de energia renovável (IRECs) em blockchain.
“Todas as iniciativas foram testadas e comprovadas com os clientes, por isso, acreditamos que a implementação dessa solução no setor possa trazer maior transparência, confiança e rastreabilidade para as transações bilaterais no mercado de energia, reformulando a maneira como o segmento funciona”, disse Julia Rodrigues, gerente de P&D e inovação da AES Brasil, ressaltando que além da rapidez e segurança na gestão de ativos e risco, a plataforma oferece integração do fluxo do eletro em arranjos de “Virtual Power Plant” e a mesa de comercialização.
A Marfrig, uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, também adotou o blockchain para se conectar com todos os seus fornecedores diretos e indiretos com mais segurança e transparência. Em julho de 2020, a empresa lançou a plataforma “Conecta”, com o objetivo garantir que 100% da cadeia de sua produção seja sustentável e livre de desmatamento até 2030, aliando produção, conservação e rentabilidade.
Num artigo publicado nesta edição, Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil, trata da adoção da tecnologia de blockchain nas empresas. Ele diz que um benefício importante da tecnologia é a sua capacidade de melhorar certos processos desgastados pelo tempo. “Onde houver ineficiências, falta de transparência ou suscetibilidade a fraudes ou atrasos, o blockchain irá melhorá-los, não substituí-los. Provavelmente, levará a novas oportunidades de criação de valor e modelos de negócios, e certamente será uma vantagem competitiva para as empresas que optarem por adotá-lo.”
Outros assuntos desta edição são moving data center, LGPD, no-code, PON de próxima geração e carreira.
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.