Uma nova realidade da conectividade no país
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
A chegada do 5G começa a mudar a realidade da conectividade no país. A tecnologia promete revolucionar diversos setores, desde o consumidor final a grandes indústrias. Ainda há um longo caminho pela frente, é claro. Mas, operadoras de telecom, ISPs – provedores de serviços de Internet e fornecedores de serviços e equipamentos já começaram a jornada para essa transformação.
Na indústria, por exemplo, especialistas acreditam que o 5G vai consolidar a chamada Indústria 4.0 no Brasil, que já tem gerado ganhos significativos nos processos produtivos e de competitividade. Segundo o diretor-presidente da Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, José Luis Gordon, a combinação de várias tecnologias provocará um grande impacto nas aplicações já existentes ou no desenvolvimento de novos conceitos e modelos de negócios. O 5G deve revolucionar a arquitetura das redes, bem como a expansão do conceito de manutenções preventivas.
Para Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente, “o 5G terá um papel para o futuro como a energia elétrica teve no início da segunda revolução industrial, no fim do século XIX e início do século XX: um grande habilitador para a aplicação com maior potencial de resultados e escala de diversas novas tecnologias, com ganhos reais.”
Porém, para que tudo isso aconteça é preciso pensar na infraestrutura que está por trás da tecnologia. A instalação de antenas, por exemplo, ainda enfrenta alguns desafios legais. Na opinião do diretor de tecnologia da Nokia para Brasil e América Latina, Wilson Cardoso, um dos principais entraves é a falta de uma legislação municipal atualizada que facilite o licenciamento de novas instalações. “Apesar de, inicialmente, as operadoras de telecom utilizarem a infraestrutura já existente, especialmente as torres, as novas frequências, tais como 2,3, 3,5 e 26 GHz, demandam novas antenas. Avanços têm sido feitos, mas ainda estamos longe das legislações consideradas mais aderentes às necessidades dos cidadãos”, diz.
Luciano Stutz, presidente da Abrintel – Associação Brasileira de Infraestrutura de Telecomunicações e porta-voz do Movimento Antene-se, tem a mesma opinião e afirma que, para a viabilidade do 5G, “são necessárias cinco vezes mais antenas que no 4G para cobrir a mesma área geográfica, que poderão ser instaladas mais rapidamente e sem burocracia se os municípios estiverem alinhados à legislação federal.”
Provedores de serviços de Internet
Aqui, também trazemos um conteúdo dedicado aos ISPs. Entre eles, está um tema muito discutido pelo mercado e que tem gerado preocupação, o compartilhamento de postes. Segundo especialistas, a organização do uso dos postes enfrenta alguns desafios, a começar pela demanda crescente, considerando não apenas a chegada do 5G, como também o adensamento populacional. As dificuldades passam, ainda, por investimentos e fiscalização e um modelo de regras que definam melhor cada papel.
Outros temas abordados nesta edição são novas tecnologias de redes ópticas, ISPs e o agronegócio e OpenRAN. Esperamos ajudar, você leitor, a decidir quais são as melhores tecnologias, soluções e serviços para o seu negócio.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.