Vale a pena buscar ajuda especializada?
Edgar Amorim, Facilitador DiSC e coach executivo, da Amorizar Pessoas
Quanto sentimos dor de dente, procuramos um dentista. Quando surge algum problema no carro, procuramos um mecânico. Se precisamos cortar o cabelo, vamos ao cabeleireiro. Se nos sentimos mal, procuramos um médico. Sempre existe um profissional especializado para nos ajudar a resolver uma série de questões que surgem no dia a dia.
E por que existe uma grande resistência para procurar um profissional especializado nas questões da nossa mente? Medos, dúvidas, ansiedade, angústia, tristeza, “brancos”, síndromes e tanto mais são estudados há séculos, e hoje existem excelentes profissionais nesta área: psicólogos, psicanalista, coaches, mentores e outros. Creio que ainda persiste um certo preconceito em relação a questões da mente – existe uma cultura de que quem busca ajuda para resolver questões da mente é “doido”, o que absolutamente é irreal.
Nossas sensações, emoções, competências, memórias, conhecimentos e outras informações são criadas e armazenadas na mente por meio da conexão entre os milhões de neurônios – conhecida como sinapses. O aprendizado de uma nova habilidade só é completo e fácil de aplicar depois de muita repetição. Isso acontece porque essa nova habilidade fica registrada em nossa mente por meio de novas conexões, ou sinapses, entre neurônios – e quanto maior o número de conexões, mais reforçada fica a habilidade. Isso serve para qualquer coisa, inclusive as habilidades e competências profissionais. Portanto, por meio de técnicas adequadas é possível treinar a mente para que se atinja um determinado objetivo que requeira competências específicas – sejam elas técnicas ou socioemocionais.
E para escolher as técnicas adequadas para “treinar” a mente, precisamos de profissionais especializados. Ao longo da história, muitas pessoas refletiram sobre o funcionamento da mente enquanto doente. Os filósofos Gregos observavam atentamente a forma de agir das pessoas e desenvolveram reflexões muito interessantes. Uma delas foi criada por Sócrates, que dizia que toda pessoa traz dentro de si a solução para seus problemas, bastava que ela soubesse fazer a pergunta da forma correta. Essa abordagem ficou conhecida como método Socrático e é muito utilizada até hoje na psicologia, na técnica de coaching e tantas outras áreas.
Posteriormente, no início do Século XX, os médicos começaram a estudar os distúrbios mentais e a partir de Freud desenvolveram a psicanálise. Séculos se passaram desde as primeiras reflexões dos filósofos Gregos (e mais de um século desde o início da psicanálise), mas ainda hoje há incompreensão sobre o funcionamento da mente e persiste o preconceito com as pessoa que buscam ajuda para desenvolver novas competências mentais e até para eliminar traumas ou distúrbios que limitam o desempenho pessoal e profissional.
Assim como treinamos para uma competição de natação ou para jogar melhor futebol, também a mente precisa ser “trabalhada” – para eliminar bloqueios ou para desenvolver novas habilidades e competências. É importante destacar, que para cada tipo de necessidade existe um profissional específico, por isso cito a seguir alguns profissionais e em qual área podem ajudar:
• Coach. Trabalha o seu futuro, você tem uma meta clara e está com dificuldade de identificar o caminho a seguir (por exemplo, quer se preparar para uma diretoria ou quer melhorar o relacionamento com seus colegas).
• Consultor/Consultora de carreira. Você precisa se preparar para uma entrevista, ajustar o currículo, definir caminhos para adquirir novas competências técnicas ou definir estratégias para buscar uma nova posição na empresa ou no mercado, etc.
• Mentor/Mentora. Você chegou numa posição da carreira que quer e precisa de ajuda para obter um bom desempenho num curto intervalo de tempo e, ao mesmo tempo, preparar-se para o futuro, etc.
• Psicólogo/Psicóloga. Trabalha o seu passado, bloqueios de ação, ansiedade, falta de autoconfiança, traumas, etc.
• Psiquiatra. Depressão, síndrome do pânico – muitas vezes é encaminhado pelo psicólogo.
Você vai ganhar muito tempo quando contratar um desses profissionais para ajudar na sua carreira profissional – e até na vida pessoal.
Lembre-se que esses profissionais colocaram muito esforço por muito tempo para adquirirem as competências necessárias para exercerem suas atividades e, portanto, eles merecem ser remunerados adequadamente. Como diz o norte-americano, no free lunch (não tem almoço de graça), ou seja, crescer profissionalmente, e na vida pessoal também, requer tempo, esforço e investimento.
Verifique aonde quer chegar em um, dois ou três anos e contrate um profissional para apoiá-lo – você vai se surpreender como os resultados. Eles vêm mais rápido do que você poderia imaginar.
Mão à obra e sucesso.
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.