Você já pensou na sua aposentadoria?
Edgar Amorim, Analista comportamental e coach, da Amorim & Pimentel
Quando somos mais novos nos concentramos em construir uma vida que nos dê autonomia e conforto. Isso inclui receber uma remuneração pelo nosso trabalho, que permita atender as nossas necessidades básicas (alimentação, vestuário, moradia, etc.) e outras conquistas ligadas ao conforto e satisfação, tais como viagens, diversão, aquisição de carro, etc. Para tanto, voltamos toda nossa energia para construir uma carreira adequada ao nosso desejo.
Porém, é pouco comum as pessoas pensarem, ou mesmo planejarem, suas vidas para quando tiverem mais idade e o corpo físico, a disposição e a produtividade já não forem as mesmas da juventude – e isso é inexorável. É claro que hoje essas mudanças vêm cada vez mais tarde. Dizem que os 50 anos do século passado representam os 70 anos atualmente. De qualquer modo, é preciso entender que uma hora a idade começa a pesar e, então, chega o momento de desacelerar. Para que isso aconteça sem preocupações, é preciso planejar o futuro agora.
Na nossa cultura não há disseminação do planejamento financeiro – e menos ainda do planejamento da aposentadoria. A maioria acha que pagar o INSS é suficiente. Pode ser uma opção, mas se houver planejamento adequado, formar uma reserva será de grande valia – e quanto mais cedo se começar, menos aporte mensal será necessário.
O tema deste artigo me veio à mente quando observei as dificuldades que várias pessoas passaram a enfrentar por não ter tratado este assunto com o devido cuidado na época adequada. Algumas dessas pessoas viviam uma vida muito boa e tranquila. Alguns até eram módicos em suas moradias, mas adoravam longas viagens – e faziam isso a qualquer momento. Recebiam uma boa remuneração.
Eram profissionais autônomos e pagavam o INSS – pelo valor mínimo, afinal era melhor ter o dinheiro em mãos do que “dar para o governo”. No momento em que a produtividade diminuiu, o mercado mudou e a disposição já não era a mesma decidiram se aposentar. E aí a surpresa: o valor da aposentadoria era é o mínimo (um salário mínimo). Um golpe muito forte para quem trabalhou duro a vida inteira e recebia um valor justo por seu trabalho.
Um outro fato que pode contribuir para um baixo valor de aposentadoria é um profissional CLT passar a trabalhar como de PJ. Em geral, o profissional nesta situação tem uma remuneração maior do que num contratado CLT – supostamente para compensar a falta do 13º e do FGTS. Também como PJ é possível prestar serviço para mais de uma empresa, o que pode garantir uma excelente remuneração.
No entanto, em geral, pensa-se só no momento atual – deixando de lado questões futuras como aposentadoria ou formação de uma reserva financeira. Com isso, opta-se por pagar o menor valor de aposentadoria para o INSS e não fazer a tal reserva financeira. O resultado disso vai ser visto décadas à frente e será uma aposentadoria mínima e nenhum recurso extra.
Além de ser um problema financeiro, isso pode até se transformar num problema psicológico, pois a pessoa pode se sentir muito mal em não ter se preparado adequadamente para esse momento. Fica-se com uma sensação de que a culpa é do outro. No entanto, o futuro de uma pessoa é responsabilidade dela – e tem que ser planejado imediatamente.
Você já pensou nisso? Cuide de você e planeje a sua aposentadoria agora.
Sucesso!
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.