ZF usa veículos autônomos na fábrica de Sorocaba
Redação, Infra News Telecom
Como parte de sua estratégia baseada nos princípios de indústria 4.0 e automação, a ZF, empresa global de tecnologia que fornece sistemas para carros de passeio, veículos comerciais e tecnologia industrial, implantou em sua planta de Sorocaba, SP, veículos autônomos (AGV – Automated Guided Vehicle) que suportam o transporte de produtos como transmissões, eixos, além de componentes para manufatura dentro e entre os prédios da unidade de forma completamente autônoma.
De acordo com Marco Contó, gerente sênior de logística da ZF América do Sul, além dos processos de automação e digitalização, previsões futuras de ampliação da complexidade logística e de toda a operação da companhia na América do Sul para os próximos anos foram os grandes motivadores para a criação e implementação do projeto, que trouxe um aumento de 31,8% de produtividade na movimentação de cargas e redução de 94,6% na variabilidade do tempo de entrega dos materiais.
“Após uma série de estudos, definimos o escopo e seguimos para a implementação, realizando workshops, simulações via computador e exercícios em que foram consideradas variantes como distâncias, rotas, quantidades de materiais a serem transportados, pontos de paradas, áreas externas, entre outras”, diz Renan Rêgo, gerente de logística da unidade.
São quatro veículos autônomos que transitam simultaneamente, cada um com até cinco vagões. A capacidade de cada equipamento é de cinco toneladas por viagem. Os veículos guiam-se por meio de um fio indutivo instalado no solo em todo o trajeto.
Para identificar os obstáculos, sensores foram instalados na parte inferior e superior do equipamento, que capta uma distância de até 10 metros à frente ou lateralmente, com uma abertura de 210 graus. Assim, é possível identificar pessoas, objetos, paredes, entre outras possíveis obstruções. Ao detectar qualquer uma delas em seu caminho, o AGV aciona a emergência, para e emite um alerta sonoro. Um operador especialmente treinado, então, entra em cena e verifica a situação. Para funcionar, mais de 500 sensores (tags) foram instalados no piso, completando um total de dois quilômetros de percurso.
Para cada uma das tags há uma definição de velocidade, raio de ação, e tudo o que o veículo deve ou não fazer. Os sensores são determinantes para o êxito do projeto, pois consideram variantes como áreas externas, piso plano, velocidade máxima, curvas, paredes, etc.
Renan explica que os veículos podem chegar até 14 quilômetros por hora, mas por segurança, estão programados para operar em velocidades reduzidas, de acordo com o trecho e a complexidade oferecida pelo ambiente. O carregamento da bateria do equipamento é realizado em cinco pontos de parada. “Em nenhum momento é preciso interromper a operação, pois sua capacidade de movimentação é de 24 horas por dia.”